quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vivendo as Bem-Aventuranças

Uma das coisas que mais me fascinam nos escritos de Catarina Doherty (Fundadora da Comunidade de Apostolado Leigo Madonna House) é a capacidade que ela tem de nos prender com a simplicidade do seu texto, é impossível lê-la sem ser envolvido pela sinestesia de sua literatura.

Hoje decidi que nos meus 10 min. para o cafezinho – que nunca tomo - no trabalho, iria deliciar-me mais uma vez com o livro “Graça em todo dia”, mais precisamente com o trecho do livro destinado ao dia de hoje, 17 de agosto.

Mal comecei meu momento especial do dia e me vi situado justamente na configuração do cenário descrito por Catarina nas três primeiras linhas de seu pequeno e profundo texto que define como Estatuto do céu as Bem-aventuranças, ensinadas pelo próprio Cristo para nós.

Como Catarina deixa claro no fim do texto, com a frase: a mansa voz de Cristo nos persegue com as bem-aventuranças, um reforço para que busquemos praticá-las a cada dia a fim de que não coloquemos em dúvida nossa ida para o céu, mas quantos e quantos de nós, como descreve Catarina, não lembramos se quer quantas e quais são as bem-aventuranças? Abordo este ponto pelo simples motivo de ter me enquadrado perfeitamente nos muitos, pois não dava merecida atenção a estes ensinamentos de Cristo (mudei o tempo verbal da oração para o pretérito não por vergonha, mas sim por que pra mim chegou a hora da mudança enquanto Cristão). Belos ensinamentos que não podem passar despercebidos por acreditarmos que não podemos vivê-los, tola ilusão, era uma grandes multidões como define o evangelista São Mateus, tanta gente que Cristo procurou um ponto alto para que ninguém ficasse sem ouvir o que tinha a ensinar, ficou num ponto mais alto para que pudesse olhar nos olhos daqueles cuja sua divina visão tocava com misericórdia durante os ensinamentos, do ponto alto aonde aquela cena narrada no evangelho se renova neste exato momento em que você está abrindo sua Bíblia, mais precisamente em Mt 5, 1-19 e te convido a fazer esta experiência de fazer de conta que estás de frente ao Cristo Jesus para que suas palavras recitadas a 1978 anos aproximadamente, possam se atualizar nesta data de hoje!

Bem-aventurados sou eu, você, todos aqueles que tomam posse da palavra e tem um desejo verdadeiro de ter um coração pobre, bem-aventurados somos nós que choramos por que seremos consolados, bem-aventurados somos nós, mansos e humildes pois teremos a graça de ter um coração semelhante ao de Jesus, bem-aventurados somos nós que temos fome e sede de justiça, por que seremos saciados, bem-aventurados somos nós, misericordiosos, pois seremos tocados pela Misericórdia, bem-aventurados seremos nós, os puros de coração, pois veremos a Deus, bem-aventurados seremos nós, que na nossa pacificidade seremos chamados filhos de Deus, bem-aventurados seremos quando formos perseguidos por causa da justiça e caluniados por causa do nosso amor louco e incondicional a Jesus, por que nosso será o Reino dos céus.

Mais uma vez, parece prepotência, mas não, apenas aqueles que são loucos de amor pelo Amor conseguem entender, coisa que São Francisco de Assis demonstrou muito bem a vivência das bem-aventuranças que hoje é Santo, além de tantos outros, isto é, são provas concretas da verdade proclamada por Jesus naquele dia, em que ensinou a multidões o caminho do céu.

Abaixo, o texto destinado ao dia de hoje do livro “Graça em todo dia”.

17 – AS BEM-AVENTURANÇAS

Deve ter sido num agradável dia de primavera, a grama de um fresco verdor, uma brisa ligeira vinda do lago e brincando descuidadamente, gentilmente, com os cabelos do Senhor. Sentado numa colina, Ele falou para os "pequeninos" deste mundo: a criada, o jardineiro, o guarda-livros, para mim, para você - para aqueles cujos nascimentos e mortes não têm registro e que nunca serão manchete.

Foi para nós que deu as bem-aventuranças, que são os estatutos do céu. Não as deu para alguns poucos escolhidos. Não. Foi para todos. E, no entanto, olhem para nós! Quão poucos de nós podem mesmo se lembrar de quantas são as bem-aventuranças, muito menos ter em conta que elas devem ser consideradas diariamente. E de que, a menos que nós as vivamos realmente, nossa ida para o céu será muito duvidosa.

Nós insistimos em procurar desculpas para nós mesmos, dizendo que as bem-aventuranças foram destinadas a poucos, os escolhidos, os padres, os monges e as freiras. Por que tentamos nos enganar? Mesmo que o consigamos, nós não podemos enganar a Deus. Tudo isso parece fazer parte da moderna apostasia dos cristãos: o abandono da nossa fé, coisa de que tantos de nós são culpados. Mais trágico ainda, não temos a honestidade, a coragem para examinar esse câncer que corrói nossas almas - se ousarmos mesmo reconhecer que ele existe.

Ainda assim - através dos séculos - a mansa voz de Cristo nos persegue com as bem-aventuranças (Mt 5,3-12).

Para quem quiser continuar como eu, já que é uma Graça em todo dia, no livro, Catarina deixou para ser meditada uma a uma, começando com a de amanhã, dia 18 destinado a primeira bem-aventurança e assim por diante para que possamos aos poucos nos familiar em vivenciá-las como forma de formação pessoal e espiritual na nossa longa jornada rumo ao céu.



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